Nos últimos anos, a cannabis medicinal tem ganhado espaço na medicina baseada em evidências — e, com ela, muitas dúvidas também surgem. Como médica, entendo que a informação de qualidade é essencial para acolher, orientar e oferecer segurança.
A cannabis medicinal não tem relação com o uso recreativo. Ela é composta por fitocanabinoides como o CBD (canabidiol) e o THC (tetra-hidrocanabinol), que, em concentrações e formulações específicas, interagem com nosso sistema endocanabinoide — um sistema regulador natural do organismo, envolvido em funções como dor, humor, sono, apetite e resposta inflamatória.
Hoje, temos respaldo científico para o uso da cannabis em condições como epilepsia refratária, dor crônica, esclerose múltipla, autismo, ansiedade, insônia, náuseas induzidas por quimioterapia e algumas doenças neurodegenerativas. Cada indicação deve ser avaliada com cautela, considerando o histórico do paciente, possíveis interações medicamentosas e os objetivos terapêuticos.
É fundamental lembrar: o uso da cannabis medicinal exige prescrição médica, acompanhamento contínuo e responsabilidade técnica. Nenhuma automedicação é segura — mesmo com substâncias naturais. A personalização do tratamento garante eficácia e minimiza riscos.
Se você tem dúvidas sobre o tema ou acredita que pode se beneficiar dessa abordagem, estou aqui para ouvir, esclarecer e, se for o caso, construir esse caminho com você, com ética, ciência e cuidado.